terça-feira, 24 de março de 2009

A felicidade

Faz pouco tempo que mantenho contato com a Larissa. Mas, inevitavelmente, percebi que a felicidade a move de uma forma surpreendente. E isso é fascinante! Tal percepção me fez com que eu escrevesse uma poesia. E ela (depois de muita pressão), conseguiu que eu a viesse postar aqui. Então, aqui está a poesia:

Logo vejo algo mais.
A felicidade,
Radiante,
Instiga um olhar mais apurado.
Será que é possível pegar este sorriso?
Sim, quiçá seja.
Ando por aí, esperando tal sorte.

Tem sido um prazer conversar contigo, moça! Hehe!
:)
Um beijo! =*

P.S Vou fazer merchan do meu blog! Ueihaue :X
P.S http://www.contraotedio.blogspot.com

Auf wiederseher.

Márcio Vandré.

sábado, 14 de março de 2009

Bastava-me.

Bastava-me apenas
um coração igual ao meu
que amasse sedento de mais amor
que queimasse desejando mais calor
que sonhasse querendo mais querer
que vivesse na espera de você

Você que tem o coração igual ao meu.

Bastava-me apenas
um carinho assim sem fim
de consumir as energias do meu corpo
de deixar o meu mundo absorto
de fazer-me esquecer o mundo insano
de tirar meu grande engano

Engano de não ter carinho sem fim.

Bastava-me apenas
uma entrega sem demora
sem aviso, sem término, sem hora
sem ir, pra poder ficar
mas se for, na mesma hora voltar

Voltar pra se entregar a mim.

Bastava-me apenas
um desejo sem limites
que rompesse os céus com abraços apertados
que fizesse juras de amor eternizado
que nos deixasse completamente atados

Atados no desejo infindável.

Bastava-me apenas
um beijo em minha face
um segundo de eternidade pra curar minha vontade
de ter um amor igual ao meu
amor que pungi minh’alma na ânsia de ser seu.

Bastava-me apenas,
apenas você.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

O Arquiteto de Sonhos.

Pedro era um bem sucedido arquiteto de sonhos. Media, calculava, planeja e montava-os da maneira exata para se realizarem. Tinha em mente tudo o que era necessário para seu êxito, sabia de todos os ingredientes fundamentais para a concretização dos seus sonhos. Nunca, em sua enorme estrada de profissão, havia falhado em sonho algum, todos tinham tornado-se reais e a medida que isso acontecia Pedro media, calculava, planejava e montava outro sonho, sempre maior e mais complexo que o anterior, porque a cada realização sentia que seus sonhos precisavam acompanhar a sua ambição.

Pedro tinha uma casa tríplex num bairro nobre de São Paulo, tinha dois carros importados que trocava todo ano. Era diretor de uma multinacional, usufruía de enormes privilégios que esse cargo lhe concedia, do poder e influência que lhe proporcionavam, vivia com toda as comodidades e bonanças que um dia sonhou, e agora tinha. Estava sempre rodeado por muitas pessoas que se disponibilizavam dia e noite para atender as suas vontades, tinha contatos em todos os cantos do mundo, isso porque pode viajar para todos eles, se relacionar com os mais diversos estilos de gente e se sentir completo. Mas não se sentia. Pedro necessitava de mais um sonho, realizá-lo, provar outra vez o gosto do sucesso e do controle sobre sua vida. Ele era um arquiteto de sonhos.

Parou para pensar e decidiu que queria mais. Seu próximo projeto seria subir na empresa e alcançar o cargo mais alto da multinacional. Mediu, calculou, planejou e montou seu sonho. Tornar-se-ia o presidente da empresa e teria então, não mais metade do poder, mas o poder inteiro. Mediu aquele sonho como o ápice da sua ambição, calculou que levaria seis meses para realizá-lo, planejou o caminho até ele e montou a estrada que o levaria ao topo. Separou todos os ingredientes indispensáveis à concretização do sonho e guardou-os dentro de si. Eram doses generosas de egoísmo e ganância, umas pitadas de competitividade exagerada e trapaças espertas. Passados os seis meses lá estava ele, sendo empossado no cargo mais alto que poderia chegar. Mais um projeto milimétricamente construído, mais um êxito conquistado. Pedro já fazia coleção. Sentia então que tinha ao controle as rédeas da vida e que chegaria sempre mais longe. E no decorrer desse pensamento viu uma família passar na rua, mãe, pai e filhos. Percebeu que já tinha seus 30 anos e precisava casar, ter uma família. Lembrou da advogada mais competente e bela da empresa e decidiu que com ela se casaria, construiria seu sonho de núpcias, amaria e seria amado. Começou então a medir, calcular, planejar e montar seu mais novo projeto, não sentia medo nem ansiedade, a realização era tão certa que já podia imaginar seu casamento, sua lua-de-mel, seus filhos...

Mas não aconteceu. Passaram-se três, sete, onze meses e seu sonho não se concretizou. Pedro revisou seu projeto, revisou suas medidas e nada estava errado, tudo planejado e montado da forma exata para se realizar dentro de cinco meses. O que havia acontecido?! Paula simplesmente ignorava suas investidas, recusava suas flores e seus convites, tratava-o como um qualquer, sem perceber que ele possuía o cargo mais alto daquele lugar, que ele mandava em tudo e em todos, fazia e desfazia a qualquer hora e a seu gosto. Meses depois Paula estava noiva de outro e Pedro, sem querer acreditar, muito menos aceitar, havia tido seu primeiro fracasso. Fracassara nas medidas, o sonho saíra grande demais, fracassara no amor. E amava.

Agora Pedro olhava ao redor e não via mais importância naquele mundo de sonhos reais. A vida prevalecera pela primeira vez e isso era tão insuportável quanto a certeza de amar e não ser amado e a tristeza de só possuir o seu amor. Como podia sentimento tão pujante diminuir-lhe a um mero pedaço de carne que agora só vivia a espera da morte, logo ele, que já teve tudo o que sonhou... e eles, um por um, lenta e gradativamente, iam desmoronando, mostrando a Pedro uma verdade tão nítida que o cegou: nenhum sonho tinha bases concretas para suportar a força da vida. Passara por cima de muitos para chegar onde chegou e agora a vida passava por cima de si. De comandante transformara-se em comandado e a ordem era sofrer.
Já não media, não calculava, não montava sonho algum. Todos os antigos projetos foram embora como a alegria da dor, sua capacidade de sonhar dissolveu-se como açúcar na água... açúcar que não lhe adocicava mais a vida, água que não lhe refrescava mais a alma. Pedro era o silêncio das palavras, o amargo da solidão, o filho do fracasso.

Mas o que ele ainda não sabia é que era amante da esperança. Que por ser filho do fracasso ele tinha em si a chama fumegante do desejo de transformar-se. Ele imaginava o dia em que seria, não como antes, mas como nunca havia sido, uma pessoa feliz. E assim, por ter no seu fracasso o desejo imensurável de sucesso, ele já sonhava com o recomeço.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Quero sua boca, seus olhos, seu rosto
vejo sua pele, seu cabelo, seu corpo
sinto seu cheiro, seu toque, seu gosto
imagino seu beijo, seu abraço, seu todo

eu te crio, te monto, te pinto.
eu te sonho, te quero, te sinto.
eu te ardo, te falo, te caço
eu te pego, te embalo, te traço

roubo seu tempo, sua vida, sua memória
monto seu destino, sua trilha, sua história
tenho seus planos, seus sonhos, suas vontades
mudo seus dias, seus ares, sua realidade.

eu te troco, te provo, te agarro
eu te levo, te guardo, te amarro
eu te tenho, te uso, te aproveito
eu te amo, te desejo, de qualquer jeito.

Larissa Jorge.

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Pense.

[Eu escrevi o texto ontem, dia 31, mas o tempo só permitiu a postagem hoje, dia 1º. Mas espero que a mensagem consiga ser transmitida mesmo assim!]




Fim de ano significa recomeçar, acertar, planejar. O Natal chega e todo mundo resolve entrar no espírito de paz, de amor, de fraternidade. As pessoas entendem o que é perdoar, e melhor que isso, praticam o perdão. No Natal todos são iguais, todos merecem viver e não só existir. Nos últimos dias do ano surge uma energia positiva que envolve todos os corações, há uma esperança que desperta os sonhos mais impossíveis, aqueles planos mais utópicos, que aquece as almas mais congeladas pelo sofrimento. Nos últimos dias do ano não há tristeza que não consiga sorrir, nem fraqueza que não se sinta mais forte, porque nos últimos dias do ano as mágoas e as dores ficam no passado e virá novos 365 dias para tentar ser feliz outra vez. Nos últimos dias do ano tudo se torna possível, o mal se torna fraco e o bem se torna forte, a memória se torna recente e tudo que ficou pra trás já não interessa...

Mas por quê?!

É uma simples passagem de ano, uma contagem regressiva, uma volta completa da Terra em torno do Sol, a transição de um dia para outro e tudo continuará a mesma coisa. As pessoas serão as mesmas, o mundo será o mesmo, os problemas serão os mesmos e a vida continuará a mesma. Porque o fim do ano só acontece a cada 365 dias e nesse espaço de tempo a humanidade esquece de perdoar. Esquece de sonhar. Esquece de amar. E em um mês ninguém consegue recuperar o estrago de um ano inteiro. Hoje, 31 de dezembro de 2008, todos os brasileiros vão esquecer das barbáries cometidas no nosso país, esquecerão da incompetência dos nossos policias, que vitimaram muitos inocentes, esquecerão da monstruosidade de pais matando os próprios filhos, da curiosidade mórbida da população, do sensacionalismo e da falta de ética da mídia, esquecerão dos mais inúmeros casos de corrupção e falta de caráter daqueles que escolhemos para governar o nosso país, esquecerão dos crimes, assaltos, assassinatos, acidentes que aconteceram, longe ou perto de cada um, que foram expostos exaustivamente pela mídia ou simplesmente "não ocorreram" para o resto do Brasil. Hoje, o mundo vai esquecer das milhares de pessoas que morreram sem motivos, dos prisioneiros das FARC que esperam a liberdade, das crianças que esperam a vida e daqueles que já não saber mais esperar pela paz.


Tudo isso parece um discurso pessimista, talvez duro e insensível, uma vez que todos nós, depois de tantos dias e noites de luta, depois de tantas dores e quedas, depois de tantas perdas e lágrimas, temos direito ao sonho, à renovação, às alegrias e a esquecer dos problemas, mesmo que momentaneamente. Mas porque isso se restringe somente ao fim do ano? Ao começo do próximo? Dar para si a chance de se renovar deveria acontecer sempre que preciso, sonhar deveria ser um exercício diário e as dificuldades deveriam ser lições, aprendidas, e não um castigo prolongado e repetitivo. Perdoar, amar, querer ajudar, ter esperanças, lutar pelos ideais não deviam ser vontades afloradas em apenas uma época do ano, deveriam ser desejos arraigados na nossa alma e distribuídos ao mundo.

O respeito não pode ser esquecido. O amor, a alegria, a saúde e a dignidade não podem ser privilégios de alguns. O bem é contagioso, basta tê-lo em você e querer vê-lo no próximo. Há um mundo que espera por nós, que podemos agir mas ficamos parados. Há um mundo que já conjugou demais o verbo 'sonhar' e que agora precisa conjugar o verbo 'realizar'. Há um mundo com a mão estendida para nós, esperando pela chance de viver.

domingo, 7 de dezembro de 2008



"A Literatura é o retrato vivo da alma humana; é a presença do espírito na carne. Para quem, às vezes, se desespera, ela consola, mostrando que todo ser humano é igual, e que toda dor parece ser única;[...]

A moléstia é real, os sintomas são claros, a síndrome está completa: o homem continua cada vez mais incomunicável (porque deturpou o termo Comunicação), incompreendido, e /ou incompreensível, porque voltou-se para dentro e se auto-analisa continuamente, mas não troca com os outros estas experiências individuais; está "desaprendendo" a falar, usando somente o linguajar básico, essencial e os gestos. Não lê, não enriquece, não se transmite. Quem não lê, não escreve. Assim o homem do século XX, bicho de concha, criatura intransitiva, se enfurna dentro de si próprio, ilhando-se cada vez mais, minado pelas duas doenças de nosso tempo: individualismo e solidão."
[Ely Vieitez - Laboratório de Literatura, São Paulo - 1978]

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Paciência



Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não para

Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora vou na valsa
A vida e tão rara

Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência
O mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós

Um pouco mais de paciência
Será que é o tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara (Tão rara)

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para (a vida não para não)

Será que é tempo que me falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara (tão rara)

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei,a vida não para (a vida não para não... a vida
não para)

Lenine.